Sempre quando falamos sobre inflação, os brasileiros sentem um arrepio. De fato, não possuímos um histórico favorável acerca desse tema.
Historicamente falando, somente a partir de 1994 o Brasil conseguiu controlar sua hiperinflação, o que ficou conhecido como um dos mais bem sucedidos planos econômicos da história: O PLANO REAL.
Aproximadamente 3 décadas depois, ainda sofremos com uma inflação (em que pese ser infinitamente menor que a de 94, ainda é relevante), que galopou nos últimos meses. Neste ponto precisamos deixar claro, a inflação atual é mundial, e sem dúvidas, é atualmente o maior problema econômico do planeta.
Mas afinal, o que é inflação?
Inflação nada mais é do que um aumento generalizado de bens e serviços, seja por aumento de demanda, custos de produção elevados etc.
Ou seja, a inflação atinge todos os participantes da economia, sem exceção. No momento atual sofremos uma inflação causada principalmente pelo descasamento da cadeia de suprimentos mundial, o que ocasionou um aumento nos preços. Para facilitar, lembre-se do efeito cascata. O petróleo sobe, que ocasiona o aumento do combustível, que consequentemente aumenta o custo do frete, que por fim é repassado ao consumidor final.
Quando falamos de inflação, é inevitável falarmos de redução do poder de compra. O produto sobe, o consumidor compra menos, o que reduz a demanda. Por conta disso, a fábrica corta investimentos e demite funcionários (afinal, precisa produzir menos), o que desencadeia desemprego e assim sucessivamente. É um ciclo vicioso e extremamente perigoso.
Tão perigoso que estamos vivenciando uma taxa de juros altíssima para conter esse vilão invisível.
Mas como o investidor pode se defender da inflação?
Diversos instrumentos são utilizados pelos investidores para se defenderem da inflação.
O primeiro modo, e mais conhecido, é adquirir títulos do tesouro direto com IPCA+ na composição. Isto é, o investidor receberá inflação + uma taxa predefinida, independente do tamanho da inflação, o que é uma excelente defesa, senão a melhor.
Outra forma bem aceita pelo mercado para se defender da inflação é o investimento em ativos reais, imóveis propriamente ditos. Porém, não necessariamente você irá comprar um casa em um bairro qualquer e alugar. Estamos falando de Fundos de Investimentos Imobiliários, que recompõem a inflação nos aluguéis e repassam aos cotistas.
Para lhe dar mais segurança sobre essa tese, trago um recorte do livro “O Investidor Inteligente” de Benjamin Graham, considerado por muitos — inclusive por mim — a bíblia do mercado financeiro.
Graham afirma:
“Os fundos Fiduciários de Investimento em Bens Imóveis (REITs, em inglês), são companhias que possuem propriedades comerciais e residencnais e recebem aluguéis delas. Incorporados a fundos mútuos imobiliário, os REITs prestam um bom serviço no combate à inflação. […] Embora um fundo REIT possa não ser um antídoto à inflação em todas as circunstâncias, no longo prazo ele deve oferecer uma certa defesa contra a corrosão do poder de compra sem prejudicar seu rendimento global”.[1]
Pois bem, um dos maiores economistas já existentes afirma que investir em FII’s — nosso primos próximos dos REITs — é uma excelente forma de se proteger da redução do poder de compra.
Mas e quem investe somente em ações?
Como sempre gosto de trazer um tópico para os mais agressivos, é possível também se defender da inflação somente com ações. Em que pese ser mais volátil e incerto, têm funcionado ao longo do tempo.
O cerne da tese é comprar mais ações sempre que possível. Esse é o início, que todo investidor arrojado deve ter em sua mente. O segundo passo é investir em empresas que conseguem repassar a inflação ao longo do tempo, e que possuem prova disso. Empresas com pricing power, Companhias Elétricas, Instituições Financeiras, Seguradoras etc.
São poucos setores que se beneficiam de uma inflação alta, porém os que existem defendem muito bem.
Relembrando, não basta estar no setor. É preciso alocação em Empresas boas dentro desses setores.
E você investidor, está devidamente protegido contra esse vilão invisível?
Conte com a MIHA para defender seu patrimônio e manter seu padrão de vida ao longo do tempo.
[1] GRAHAM, Benjamin. O Investidor Inteligente. Rio de Janeiro. Ed. Harper Collins. 2020. Pgs 84 à 85.