Em que pese nossa moeda oficial ser o REAL, sofremos um impacto gigante
de outra moeda: o DÓLAR.
Ora, mas o que o dólar afeta o dia a dia dos Brasileiros, sendo que não tem
nenhum no meu bolso?
Antes de adentrarmos, precisamos entender o motivo que levou o dólar a
ser tornar referência no mundo. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os
Estados Unidos se tornaram o vetor de reconstrução da Europa — até então
devastada pelo conflito —, ofertando suprimentos, dinheiro e todo o necessário para reerguer o continente Europeu. Isso fez com que o parque fabril Norte Americano se expandisse em uma velocidade jamais vista, tornando o principal País na Ordem Mundial. Não demorou muito para que sua moeda estivesse em praticamente todas as negociações, servindo de referência para as trocas e fazendo parte das reservas financeiras de praticamente todos os países do Mundo.
Agora que já entendemos como o dólar se tornou tão relevante, e como isso
não mudará tão cedo (por conta das reservas dos países), retornamos a pergunta que fiz no início deste texto. Como o dólar afeta meu bolso?
A explicação é simples, a alta do dólar impacta diretamente nosso bolso
porque inúmeros produtos que consumimos não são fabricados completamente no Brasil, ou seja, possuem relação direta ou indireta com o Exterior — Exterior esse que utiliza o dólar como referência desde 1944, lembra? —.
Por isso utilizamos o dólar também, caso contrário não conseguiríamos
comprar nada que não é produzido no Brasil, o que acarretaria a falta de vários produtos que você utiliza no dia a dia, desde alimentos na prateleira do mercado, até a Netflix da sexta-feira à noite.
Algumas mercadorias possuem relação direta com o dólar e sentem
diretamente o peso de sua valorização ou desvalorização. Podemos citar os
aparelhos eletrônicos (televisores, celulares etc.), combustíveis, serviços de
assinatura etc. Esses são os produtos/serviços que são confeccionados quase que por completo em algum lugar fora do nosso País.
Já outros possuem relação indireta, como é o caso dos alimentos. A maioria
dos insumos (fertilizantes, defensivos agrícolas etc.) possuem sua origem fora do Brasil, ou seja, são negociados em dólar. Agora pense no seguinte exemplo: Um produtor de tomate tem em seu custo a média de 50% de gastos com defensivos agrícolas e fertilizantes, que são importados. Por algum motivo o dólar sobe, logo o insumo que o produtor precisa também subirá de preço. O produtor por sua vez repassará o valor ao consumidor final, que é você na fila do mercado.
Outro exemplo é o trigo, que segue a mesma linha, a alta do dólar lá nos
Estados Unidos (que parece tão longe geograficamente), afetará o preço do seu pãozinho no café da manhã.
Enfim, quase que a totalidade dos produtos que você utiliza no exato
momento que lê esse artigo, possuem algum componente negociado em dólar.
Ou seja, por mais que você não saiba, o dólar está presente na sua rotina
diária, mesmo não estando diretamente na sua carteira. Por isso a importância de entendermos como funciona esse mercado e como ele impacta nossas vidas.
Aprofundando mais, como o Brasil é um gigante exportador de
commodities, a alta do dólar impacta diretamente a nossa balança comercial e consequentemente, o crescimento do nosso PIB. Vamos a um exemplo prático: O Brasil exporta muito soja. Com a subida do dólar, os produtores Brasileiros continuarão vendendo a mesma quantidade de soja, porém, receberão muito mais, tendo em vista que o dólar valorizou frente ao real.
Porém isso tem um limite, o Banco Central não pode deixar o dólar subir
desenfreadamente pois acarreta alta nos custos de produção, até porque, como explicado anteriormente, vários produtos têm sua origem no exterior.
O dólar também tem relação direta com seus investimentos atrelados a bolsa de valores, isso porque à medida que o dólar cai, as ações ficam mais atrativas para o mercado nacional. Já quando o dólar sobe, as ações ficam mais atrativas para o investidor estrangeiro, já que seu dinheiro “vale mais”. Um detalhe importante, nos últimos meses é o investidor estrangeiro que tem segurado a bolsa nos atuais patamares, com vultuosas remessas de recursos para a B3. Para se ter uma ideia, em 2022 batemos o recorde de entrada de recursos estrangeiros, atingindo a marca de 119,8 bi de dólares.
Agora que você já sabe a real importância do dólar, entendendo que ele
afeta desde as pequenas coisas que você consome durante o dia até o PIB nacional, cabe a você decidir se merece ter uma exposição a essa moeda — o que na minha opinião é questão de sobrevivência —.
Para isso, busque uma Assessoria profissional para alocar seus recursos em
dólar e se defenda de eventuais desvalorizações da nossa moeda.
Conte com a MIHA.